2024 está a ser um ano extraordinário em novidades nos mercados financeiros. Ainda só vamos em fevereiro e a verdade é que já vimos acontecimentos importantíssimos para os investidores globais. Desde a reorientação das redes sociais para abraçarem um mundo com IA e integração financeira contactless, até à explosão de preços de BTC próxima do seu all time high. Além das novas estratégias de desenvolvimento da Apple.
Neste artigo ficará a conhecer as principais novidades do mundo financeiro neste mês. Saiba como investir de forma mais inteligente e como acompanhar as melhores tendências de mercado.
X, a rede social da Elon Musk que quer dominar o mundo e as nossas vidas
O Twitter era a principal plataforma de microblogging do mundo, e a mais usada por jornalistas, pensadores, políticos. E, em geral, qualquer pessoa interessada em lançar debates com alguma profundidade nas redes. Tudo mudou com a compra em 2022 do Twitter por Ellon Musk, desembolsando um valor astronómico de $44 biliões e fazendo rebranding da marca para “X”. Agora, os planos estratégicos de Musk passam por conquistar o mundo ocidental com a “X” que quer estar presente em todos os aspetos das nossas vidas.
A visão de Elon Musk passava por replicar o sucesso da app chinesa WeChat, que efetivamente é usada por todos os portadores de smartphone na China. Começou, à semelhança do Twitter, como uma app de chat e rede social. Mas hoje serve para pagamentos em todo o lado, identificação pessoal, acesso a crédito bancário ou sistema de pontos social, entre muitas outras funções. Elon Musk quer precisamente seguir esse modelo e criar a “app total”.
Por que decidiu Musk mudar o nome Twitter para X?
O nome X, pelo qual é hoje conhecido o Twitter, tem na verdade um histórico longo na vida empresarial de Elon Musk. Foi em 1999 que ele comprou a Paypal Holdings e também quando registou o website X.com. Na altura, a ideia era de criar um mega serviço financeiro digital. Nas palavras de Musk, o Twitter serviria agora como um “acelerador” para cumprir com a sua visão da X enquanto projeto financeiro e social total.
Segundo Linda Yaccarino, a quem Musk encarregou de gerir a transição da marca Twitter para X, a “X é o futuro da interatividade sem limites. Em resumo, passará pelo áudio, vídeo, mensagens, pagamentos / banking, criando um mercado global de ideias, bens, serviços e oportunidades”.
O que significa uma “app total”?
A ideia de Musk, como frisámos anteriormente, é consolidar a oferta de serviços numa app que seja capaz de gerir todos os aspetos da vida social e financeira dos seus utilizadores. Musk admitiu abertamente que se inspirava no WeChat, da empresa chinesa Tencent Holdings. Trata-se de uma app que biliões de cidadãos chineses usam. Mesmo as entidades estatais encorajam a utilização.
O WeChat, em que a X se quer inspirar, tem um sistema operativo próprio e uma rede própria de comunicações, como se fosse a sua própria internet. Assim, os pagamentos digitais, a reserva de bilhetes, as consultas médicas, as transferências entre amigos, e até a verificação de identidade, são tarefas que podem ser feitas inteiramente nessa app.
O WeChat é, inclusivamente, um portal de notícias e de diversão, agregando newsletters, órgãos noticiosos, jogos, divulgação de eventos, criação orgânica de conteúdos partilháveis pelos utilizadores e mais. É como juntar o Facebook, o Twitter, o Uber, Instagram e o Substack numa só app. E é exatamente isso que Musk quer fazer com a “X”.
Como corre o projeto da “app total” de Musk?
Quando Musk oficializou a mudança de nome do Twitter para X, em julho de 2023, ele disse que a empresa iria começar a trabalhar para “incrementar o nível de comunicação, fornecendo serviços financeiros a todo o mundo”. Até agora, a rede X só criou serviços pagos de subscrição para angariar receitas depois de um rombo nas suas contas, mas isso inclui novas funções como a possibilidade de anunciar vagas de emprego.
A rede X quer, como próxima prioridade, lançar o seu serviço noticioso chamado XWire. Já em outubro passado, Musk tinha dito que quer oferecer os serviços que hoje são dominados pelo LinkedIn, Youtube e pelas grandes agências noticiosas e de comunicação.
Que experiências recentes existem de criação de uma “app total”?
As várias empresas que atuam na área da comunicação no digital têm vindo a testar inúmeras formas de financiarem os seus serviços e de garantir a fidelidade dos seus utilizadores. Muitos tentarem criar a sua “app total” muito antes de Musk ter essa ideia, mas barram sempre contra competição inovadora e regulação feroz.
Por exemplo, a Meta passou anos a tentar promover um projeto a que chamou de “Libra”, e que queria revolucionar o modo de efetuar pagamentos sem barreiras geográficas, mas embateu consistentemente em problemas legais. Também a Apple ofereceu o seu cartão de crédito próprio, mas o seu parceiro financeiro, a Goldman Sachs Group, acabou por desistir da parceria. Houve outras iniciativas falhadas da Google e da Amazon, por isso será que Musk conseguirá levar a sua avante?
Os utilizadores estão dispostos a usar uma “app total”?
A realidade ocidental é diferente da realidade chinesa e, principalmente na Europa, as questões da proteção de dados, da independência e da autonomia no acesso às fontes de informação e às entidades que gerem a nossa vida financeira são da maior importância. Por isso, não será fácil ultrapassar as questões regulatórias na Europa, além de que os utilizadores colocarão várias exigências de privacidade e segurança antes de começarem a aderir ao projeto de app total da X.
Será que Musk irá ser bem-sucedido com a X?
Para já não é muito fácil de apontar cenários de vitória a Musk, que pretende dominar a área da finança e da comunicação digital com a X. As evidências fazem crer que Musk está a apostar neste momento numa estratégia de charme mas que não tem planos concretos para transformar a sua ideia em realidade.
Ainda assim, a X está a receber milhões de novos financiadores e pessoas ligadas à banca global. Poderá ser uma altura boa para comprar ações da empresa de Musk a preço baixo, caso acredite que ela vai disparar em popularidade como aconteceu com a Tesla. Mas os riscos são elevados.
Bitcoin halving – o sucesso incrível de BTC no início de 2024
Bitcoin aproxima-se a velocidade rápida de antigos máximos de preços de 2021, estando neste momento a negociar na casa dos 59.000 dólares. O sucesso incrível de BTC depois de um 2022 e 2023 terríveis, com derrapagens de preços enormes, pânico no mercado das altcoins com a implosão de stablecoins e da FTX, é um comportamento totalmente expectável. Nenhum mercado financeiro como o das criptomoedas se comporta assim – com momentos de enorme pânico e enorme esperança. Sendo que, no longo prazo, quem fica a ganhar é quem resiste a vender nos momentos de pânico.
O que é o Bitcoin Halving e por que vale a pena comprar BTC em 2024?
O Bitcoin halving é um momento programado na rede de Bitcoin em que as recompensas atribuídas aos mineradores são cortadas para metade. Isso acontece a cada quatro anos, mais ou menos, ou mais concretamente por cada 210.000 blocos de Bitcoin transacionados.
Com o lançamento de Bitcoin em 2009, os mineradores recebiam 50 Bitcoin por cada bloco verificado. Essa recompensa reduziu para 25 no primeiro halving em 2012, depois para 12.5 em 2016, 6.25 em 2020, e 3.125 em 2024.
É também por isso que os preços de BTC tendem a disparar no longo prazo, havendo ainda muita margem de progressão nos preços, e estando este momento a ser encarado como uma boa altura para comprar BTC.
Deve-se dizer, além disso, que BTC poderá vir a entrar no mainstream, já que é hoje negociado como ETFs da BlackRock. O lançamento de apps de financeirização e transação digital, como a Revolut ou futuramente a X, poderá vir a significar que BTC estará ainda mais presente nas nossas vidas. Como forma de pagamento, ou como instrumento de negociação financeira.