A Voyager Digital Holdings, empresa de empréstimo de criptomoedas que no dia 05/07 entrou com pedido de proteção contra falência no Distrito Sul de Nova York, retomará os saques e transferências. Isso acontece mais de um mês após a interrupção das negociações, depósitos, saques e recompensas por fidelidade.

O anúncio de que os saques serão autorizados a partir de 11/08 foi feito no blog da Voyager na sexta-feira (05/08). No texto, a empresa explica que os clientes que utilizam dólares americanos em suas contas de câmbio de criptomoedas poderão retirar um máximo de US$ 100 mil dentro de 24 horas. Os usuários receberão seus fundos dentro de 5 a 10 dias úteis.

O reinício dos saques segue uma decisão da justiça tornada pública na quinta-feira (04/08). O despacho judicial obriga a empresa de empréstimo de criptomoedas a devolver US$ 270 milhões em fundos de clientes mantidos no Metropolitan Commercial Bank, em Nova York.

No comunicado da Voyager após a decisão judicial, a empresa se compromete a processar os saques o mais rápido possível. No entanto, avisa que haverá uma revisão manual de cada pedido, como a conciliação de contas e revisão antifraudes.

Além disso, o tempo de processamento das solicitações de movimentação financeira dependerá dos bancos para os quais os clientes enviarão seus fundos. A Voyager está preparando Schedules of Assets and Liabilities, que incluirão os saldos das contas a partir de 05/07.

O prazo final para a Voyager apresentar as “Schedules” ao Tribunal é 18/08. Aproximadamente 7-10 dias após o arquivamento dos documentos, os titulares de conta da Voyager receberão um e-mail personalizado da Stretto contendo uma Notice of Claims Bar Date. Este e-mail incluirá informações sobre como a Voyager listou os títulos. Aos clientes, a equipe da Voyager explica:

”Se você vir alguma discrepância entre o que está listado no formulário de comprovação de reivindicação e sua conta, pode apresentar uma reivindicação em nosso site.”

Problemas financeiros da Voyager começaram com exposição ao 3AC

Voyager declarou em junho que tinha garantido um contrato de empréstimo de US$ 500 milhões com a FTX, propriedade da Alameda Research. O contrato de empréstimo seguiu a exposição da Voyager ao fundo de hedge do Three Arrows Capital. 3AC devia US$ 680 milhões à Voyager que não conseguiu pagar por causa do crash do ecossistema Terra Luna, ao qual o fundo estava amplamente exposto. O tribunal das Ilhas Virgens Britânicas ordenou a liquidação de 3AC.

Sem receber os US$ 680 milhões de 3AC, Voyager entrou com o pedido de proteção no Chapter 11 no Tribunal Distrital do Sul de Nova York em 05/07. Na época, o CEO da Voyager Stephen Ehrlich disse que o pedido fazia parte de uma estratégia de reorganização que permitiria que os usuários pudessem acessar novamente suas contas após o restabelecimento da normalidade.

Pedido de proteção à falência permitiu reorganização de Voyager

As duas afiliadas da plataforma de investimentos sediada em Toronto, Voyager Digital LLC e Voyager Digital Holdings, também foram incluídas no processo. A plataforma já havia suspendido as negociações desde 1° de julho. O credor de criptomoedas preencheu o chamado Chapter 11 de um pedido de falência, que permite à Voyager preparar planos de recuperação. Isso porque a ação interrompe as questões relacionadas ao litígio civil enquanto a empresa permanece operacional.

Chapter 11 do United States Bankruptcy Code permite a reorganização da empresa de acordo com as leis de falências dos Estados Unidos. Tal reorganização, conhecida como “Chapter 11 bankruptcy”, está disponível para qualquer empresa e também para pessoas físicas. Na época do pedido de proteção à falência, Stephen Ehrlich admitiu em seu Twitter pessoal que a relação com a Three Arrows Capital foi uma das principais razões para o pedido de falência. Foi um erro estratégico manter as operações tão centralizadas, com 60% dos empréstimos totais da plataforma em nome de 3AC.

Futuro de Voyager pode ser a venda da empresa

Em julho, a FTX propôs um acordo de recompra para a Voyager. No entanto, a proposta foi rejeitada por Voyager por considerar que não era benéfica aos clientes. Também foi anunciado a consideração de uma possível venda da empresa. O tribunal aprovou propostas que facilitarão a venda da empresa a uma nova entidade. A Voyager disse que todas as ofertas serão apresentadas em 26 de agosto, e que uma audiência sobre a potencial venda ocorrerá em 8 de setembro.

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