O halving do Bitcoin é um evento que acontece mais ou menos a cada quatro anos. E faz com que a velocidade de criação de Bitcoins como recompensa para os mineradores seja reduzida à metade. Dessa forma, o halving garante que o ritmo de criação de novos Bitcoins siga uma trajetória de declínio previsível. Isso até que tenham sido minerados todos os 21 milhões que correspondem ao suprimento total possível da moeda.
O próximo halving do Bitcoin será em 2024
A aproximação do próximo halving do Bitcoin, previsto para abril do ano que vem, coloca as empresas de mineração da criptomoeda mais conhecida de todas diante da necessidade de reavaliarem suas estratégias.
Como a energia é o maior custo da mineração do Bitcoin, a duplicação do dispêndio de energia necessário para obtenção de cada BTC é um cenário que as mineradoras não podem ignorar e para o qual precisam se preparar. Algumas das estratégias que serão empregadas para esse fim já foram identificadas.
Uma opção é o uso de máquinas e softwares de mineração mais eficientes. Um artigo recente do CoinDesk lembrou que, em fins de 2021, a Marathon Digital (MARA) comprou 78 mil unidades de máquinas de mineração Antminer S19 XP. Essas são as mais eficientes no mercado atualmente. A maioria das quais foi entregue em 2022 e terminaram de ser instaladas e colocadas em operação neste ano.
Enquanto isso, a mineradora CleanSpark anunciou em abril deste ano a compra de 45 mil unidades, cuja instalação deve ser completada até o fim do terceiro trimestre de 2023.
Outra possibilidade é a criação de estratégias para obtenção do acesso à energia em condições favoráveis e estáveis e para seu uso eficiente
A possibilidade de acesso à energia barata já desempenhava um papel importante na escolha do local de instalação de operações de mineração de Bitcoin. Isso tonou o Texas um destino favorito nos Estados Unidos. E incentivou a instalação da operação delas na China e no Cazaquistão. Mas foi antes que o Cazaquistão enfrentasse problemas com sua rede elétrica e a China reprimisse as atividades cripto.
A mineradora Hut 8 tem feito uso, para a obtenção de energia relativamente barata, de usinas de gás natural que haviam sido previamente desativadas no Canadá.
Já a mineradora TeraWulf começou a operar, em março deste ano, a primeira instalação de mineração de bitcoins abastecida com energia nuclear dos Estados Unidos. Localizada na Pensilvânia, ela possui quase 8 mil plataformas de mineração e tem uma das melhores relações entre custos operacionais e faturamento.
Apesar dos temores que costumam, justa ou injustamente, ser associados à energia nuclear, um dos atrativos da operação da TeraWulf, à parte o baixo custo do MWh, é ter alcançado a neutralidade de carbono. Ou seja, não causar a emissão de gases que contribuem para a mudança climática.
A mineradora Riot Platforms é parte do mercado atendido pelo ERCOT (Electric Reliability Council of Texas, ou seja, Conselho de Confiabilidade Elétrica do Texas), que opera a rede elétrica do Texas.
No âmbito dessa organização, a Riot Platforms participa de programas para estabilização do suprimento elétrico, reduzindo seu consumo quando há muita demanda por energia. E fornecendo energia quando necessário. Essa atuação da mineradora gerou para ela US$ 10 milhões de dólares em junho deste ano.
Reserva de dinheiro também é opção para as mineradoras
Outro tipo de recurso de que as mineradoras podem se valer em seu processo de adaptação a custos mais altos de energia nem sempre compensados pelo valor do Bitcoin é o de instrumentos financeiros para realização de hedge de sua exposição ao custo da energia e à cotação do Bitcoin. Um exemplo é o Luxor Hashprice NDF, um contrato a termo sem entrega física de moeda.
Uma outra estratégia para lidar com as consequências do aumento dos custos da mineração de Bitcoin é a criação de reservas de dinheiro e que seja possível lançar mão para gastos imediatos. O artigo do CoinDesk citado acima observou que, após os halving anteriores do Bitcoin, a criptomoeda valorizou-se.
Mas isso, ao contrário do que seria de esperar, não aconteceu imediatamente. Passaram meses após o último halving do Bitcoin, em 2020, antes que o Bitcoin mostrasse uma tendência persistente de alta.
Diversificação de serviços oferecidos pelas mineradoras de bitcoin também são alternativa em pauta
A diversificação de atividades também pode ser um caminho para as mineradoras. No início do ano passado, a mineradora Hut 8 comprou cinco data centers da TeraGo no Canadá. Além dos equipamentos dos data centers, ela adquiriu também funcionários e clientes.
No mês passado, ela anunciou ter fechado uma parceria de cinco anos com o Interior Health (o equivalente na província da Colúmbia Britânica). E ainda com uma das secretarias de saúde para prestar-lhe serviços de hospedagem de servidores em seu data center, na cidade de Kelowna.
O artigo do CoinDesk citou a Hive Digital Technologies Iris Energy como exemplos de mineradoras diversificando seus negócios oferecendo serviços de computação de alto desempenho, inteligência artificial e computação em nuvem.
Outro artigo no CoinDesk, escrito pelo mesmo autor, Anthony John Power, passou em revista os custos por Bitcoin das mais importantes mineradoras. E concluiu que, se a cotação da criptomoeda permanecer estável após o halving, parcela significativa delas poderá ter suas operações inviabilizadas pelo aumento dos custos operacionais. Ou, pelo menos, será obrigada a reduzir a escala de suas atividades.
Uma dificuldade adicional com que as operações de mineração de Bitcoins têm que lidar em seus esforços de adaptação é o custo relativamente alto do capital em seu setor. Isso devido às incertezas quanto aos faturamento e fluxos de caixa.
Conclusão
É possível, que a adoção, em conjunto ou em isolamento, de estratégias como as que foram discutidas neste texto possam mitigar em grau considerável os efeitos negativos da alta dos custos de energia das operações de mineração do Bitcoin.
Além disso, o aperto financeiro para as mineradoras de Bitcoins pode ser de curta duração. Especialmente se a cotação do criptoativo entrar em uma trajetória ascendente. O que pode acontecer devido à conjuntura econômica e/ou aos efeitos do halving. Afinal, por reduzir a taxa de criação de Bitcoins, o halving deixa a criptomoeda mais escassa.
Em todo caso, as mineradoras estão cientes dos desafios que oferecem (e oportunidades com que acena) o halving. E estão se preparando para ele da melhor maneira que podem.
Investimentos em criptomoedas envolvem operações de alto risco e podem não ser indicados para novatos.
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